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Réveillon: Uma noite de celebração, tradições, rituais e superstições

Réveillon: Uma noite de celebração, tradições, rituais e superstições

Já estamos em contagem decrescente para o ano de 2022.
Em Portugal, a última noite do ano, normalmente inicia-se com um jantar entre amigos ou familiares com direito a um festim de comida, doces típicos da época e animação até à chegada da hora mais esperada. Assim que o relógio marca a meia-noite, soam as 12 badaladas e cumpre-se a tradição de comemorar com o melhor espumante ou champanhe e as 12 passas, ao mesmo tempo que são pedidos 12 desejos, de maneira a atrair a melhor sorte nos 365 ou 366 dias que se avizinham. 

A festividade da noite de Réveillon, em terras lusas, é assinalada por inúmeras tradições, superstições e rituais que estão bem enraizados na cultura do nosso país. E há quem as cumpra criteriosamente todos os anos. Os costumes alteram-se de região para região. Se é português, repare se já ouviu falar sobre isto:

  • Seleccionar a cor da roupa interior, consoante os desejos para o próximo ano. Sendo que o azul, associado à harmonia, é a cor de eleição dos ocidentais. Todavia, há quem opte por outras cores, nomeadamente o vermelho (representa a paixão e o amor), branco (simboliza a tranquilidade e paz), amarelo (atrai o dinheiro) ou o verde (significa conforto e contacto com o meio da natureza);
  • Estrear uma peça de roupa nova;
  • Utilizar buzinas e apitos, tampas de panela para afugentar o mau olhado e tudo o que de mau aconteceu no ano passado. Diz-se que quanto mais barulho, maior será a eficácia;
  • Saltar de uma cadeira com uma nota no bolso, na carteira ou no sapato;
  • Atirar dinheiro para o interior de casa;
  • Abrir todas as portas, acender as luzes, e entrar em casa com o pé direito
  • Dar um beijo a quem mais ama;
  • Cantar as Janeiras;
  • No último ou no primeiro dia do ano dar um mergulho no mar para renovar energias;
  • Fogo de artifício, como é óbvio. Em todo o mundo, os céus iluminam-se com verdadeiros espectáculos de pirotecnia para dar as boas vindas ao ano novo.

Além destes, há outras tradições que podem ser consideradas bizarras ou até mesmo polémicas. Como por exemplo, em Vale Salgueiro, Mirandela, incentivam os adolescentes a fumar. Durante dois dias, dezenas de crianças passeiam pelas ruas com maços de tabaco, com a autorização dos pais. Não se conhece a origem de tal prática, mas há quem afirme que vem dos tempos dos reis.
Nos Trás-os-Montes, ocorre a “Festa dos Rapazes”. Vários jovens rapazes mascaram-se com fatos de serapilheira, máscaras de latão, chocalheiros e desfilam por várias aldeias. O ritual simboliza a passagem para a idade adulta e representa a presença obrigatória em missas na igreja, em purificar os residentes do local e ao mesmo tempo realizar uma crítica social.

Ainda na zona dos Trás-os-Montes, acendem-se fogueiras para comemorar o Ano Novo. Tal como acontece em Réfega, Bragança, queimam um boneco constituído por trapos e palha na noite de 31 de dezembro, como representação do ano velho que sucedeu.

Mesmo que não acredite em rituais de passagem de ano, reflicta neles como um ciclo de renovação. Ou seja, despedir-se de um ano retrata também despedir-se de antigos hábitos e de erros cometidos. Desejamos que o próximo ano seja próspero e repleto de novas oportunidades.